terça-feira, 28 de dezembro de 2010
'a-bra-ca-da-bra' !
Acordei com os lábios nas pontas dos dedos. Deslizando incansávelmente pelas linhas transversais do meu gosto, que não pareceu meu nem de longe.
Era outro.
Era o seu, que fez polegares opostos.
Desliza (rem) lábios opostos e.
Lamber.
Com os olhos.
E mal sabia eu, que aquilo era uma espécie de beijo.
domingo, 26 de dezembro de 2010
Sonho de sonhador.
E eu quase me vi louca...
por achar que alguém entenderia quando eu dissesse de boca cheia:
- Eu quero é comer o céu!
domingo, 12 de dezembro de 2010
sábado, 20 de novembro de 2010
Cotidiano de um casal feliz
Nunca da forma pré-vista.
É sempre suposição do que se sente quando não...
...respira.
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
terça-feira, 3 de agosto de 2010
Sonho de criança
Um dia eu quero sim
Assim...acordar!
E te ouvir dizer?
" Não sai,
Fica aqui comigo vai?!
Vem terminar
O nosso sonho bom."
E eu vou querer te olhar
E não saber sair de ti.E respirar baixinho
No teu projeto
De beijo quente.
PS: "Te amo ao infinito!"
segunda-feira, 2 de agosto de 2010
Poeta!
Poeta deixa eu te ter?
Prometo, te tenho baixinho
Consumo devagarzinho
Toda a essência do ser.
Poeta me ensina a amar?
Te faço rascunho de mim
Sussurro quentinho assim:
Deixa eu te poetar?
Aah!!!
Ah! esse amor
De cheiro desodoro
Cheio de sonoro
Sudorese satisfeita
Soa assim
Enfeita!
Meu sonho de suar
Em você
Pra sem vêr nem porquê
Sentir sim
Um demasiado devaneio.
terça-feira, 20 de julho de 2010
Ativa?
Ativa. E sente.
O sexo oral
Que se faz verbalmente
Induzindo a mente
Imaginar ( reservadamente)
Posições estratégicas
Quentes!
Inocentemente indecentes
E eu adoro!
Porque de repente
Derreto.
Derreto.
quarta-feira, 14 de julho de 2010
Amora-bstrato
Meus olhos abriram-se no perigo da realidade. Havia um peso inconstante nas minhas pálpebras. E a cada movimento monótono de vê e depois não vê, doía e depois não doía mais. E eu só queria entender como eu poderia estar tão cinza. Todas aquelas cores que eu havia criado com minhas próprias mãos, estavam agorapor aí, enfeitando a vida de alguém - com um outro alguém (quem sabe?).Resolvi então me recriar, recreando-me nas ilimitações de um inventor. E me inventar.( Mas se me inventasse não seria eu uma mentira? Uma pequena mentira minha!)Eu nem hesitei. Brinquei. Brinquei. Brinquei. E quando estava quase pronta para novamente aflorar o beija-flor não mais me quis. Eu desbotei. O cinza me quis. E fechei os olhos na tentativa de viver do teu verde. Mas eu não coube nas tuas cores. Não mais. Foi então que eu entendi. Eu caí na abstração do amor.
quarta-feira, 16 de junho de 2010
Ve(r) - ias...
E só de ver as minhas próprias veias, assim, tão expostas no meu corpo, sinto um certo repúdio. Por que coisa tão íntima, tão minha, fica assim à mostra, para todo mundo ver? O meu fio de vida, espremido entre os ossos e a pele, (pois de carne eu já não tenho muita coisa) se desenhando involuntariamente - em mim.
terça-feira, 8 de junho de 2010
Amar go!
Amar é coisa complicada demais
Pra não querer discutir,
Sem sentir
O charme do desentendimento.
Amor, então vai lá na estante,
Pega as chaves do nosso mundo
E vamos dá uma volta.
Porque eu quero brincar
De amor com você,
E se for pra sofrer que seja,
O complemento de te ter já garante
O meu sorriso de amanhã.
sábado, 22 de maio de 2010
segunda-feira, 10 de maio de 2010
A # (lá - sustenido)...
A fala que falta
No meu ato
De fato
É lingua.
De tinta - cor
Transparente
E acordes descompassados
De A (lá) sustenidos.
sábado, 8 de maio de 2010
quarta-feira, 5 de maio de 2010
Tudo de lata oxida...
E lá estava.
Em cima do armário.
O meu homem de lata.
Tão cheio de ferrugem.
E seco de sentidos.
Ele mal sabia existir.
Ele mal sabia que existia.
Via alto no seu ângulo limitado.
Tudo o que não podia ser.
E quase sem querer.
Sentia.
Um coração.
Sem sentido.
Posicionado meio torto.
Meio triste.
Oxidando-se num tempo.
Em que abridores de lata eram.
Abridores de lata.
Como é orgástico escrever e ser lida...
Oferece a mão.
E não se contenta.
Quer dá mais que isso.
Sem pedido.
Sem aviso prévio de posse verbal.
(...)
Já se encontra de páginas abertas.
Derrete as palavras.
É corpo de livro.
Cheio de verbos e preposições.
E língua sem trema.
Mas treme.
E como treme.
E come.
E treme.
E derrete a vogal A.
Ahhh.
sexta-feira, 30 de abril de 2010
segunda-feira, 19 de abril de 2010
E só por...
É minha
Só por ter na mente
Sempre
Eternamente.
Por alguns segundos
Dilatados
De lata
Tão oxidante.
Que passam
E eu em percebo.
Objeto sem cor...
Amor
Objeto sem cor
Arma branca
Cortante
Penetrante
De meter medo
De introduzir dedos
E língua - sem respirar direito.
E fazer (do) amor
O tal objeto sem cor
Colorido.
quarta-feira, 14 de abril de 2010
Ser dedos!
Toda a forma que a fôrma tem de ser dedos, se unifica ao desejo de ser outro. Trepidante. No timbre exaustivo de uma só nota. Que só no eco, enxerga o que tanto que se quer.
O som aquoso suspira delirante, na matéria bruta. É quando atua o processo de sucção do próprio líquido – o que sobra na boca. Engole e envolve-se em si sem saber que é só um. Porque se faz tudo de olhos fechados. Sem ao menos contar com a possibilidade de ser pego com a mão na massa. Na massa de ar talvez. Porque é só o que tem no momento.
Pensamento...
Penso que pensamento se gasta.
Por isso não penso.
Não altero a lembrança.
Penso que pensamento que gasta
É desculpa para quem não pensa.
E só altera a lembrança.
terça-feira, 13 de abril de 2010
Ato - A
Quando ela atua
Ela brinca de falar
Sério
E fala sério.
E me diz
Que sabe
Tudo
De mim.
Mas nem sabe
Que eu deixo
Ela pensar
Mais do que
Saber.
Ditador
Dito a dor
Eu me calo
Deixo-a falar
E sinto com ardor
Toda a dor que eu puder sentir
Sem o menor pudor
Pois nem por dor
Eu deixo de ouvir
O meu próprio silêncio
Soluçante - às vezes
Poético e insurdecedor.
domingo, 4 de abril de 2010
Conheço sem conhecer...
Quando se conhece
Sem conhecer.
O que se pensa
Que se é
Acaba sempre sendo
O que se pensa
E nunca o
Que se é.
segunda-feira, 29 de março de 2010
Arte de amar...
Foi tudo arte
Na parte de mim
Que parte
Quando você faz
O que sempre faz
Sem saber
Que eu não gosto
Do gosto
Que isso tem
E os meus atos
São passivos
Pelo efeito
Do meu feito
De dizer que sim
Mas não é tão ruim
Pra você
Pra mim
Amar e crescer
Desarmados
De qualquer coisa
Que respire
E conspire
À nosso favor.
sábado, 27 de março de 2010
Aceita?
Ah... amor
O que eu queria mesmo era ficar no seu tom
Pra gente se casar
Brigar só por brigar
E depois querer brincar
De tato e paladar....
E ler e...
Adorava quando você lia
E se embaralhava – desistia!
Recomeçava... eu adorava
Eu adoro te ouvir! e ri de vez
Em vez de dizer que não tem graça
Porque foi de graça
Que escutei a voz
Que insiste e nunca se acaba
Em mim – é sempre assim.
domingo, 21 de março de 2010
Fome...
Tô com fome
................................. De fome
De gente
................................. Que come gente
Quando tá
................................. Com fome
De fome mesmo.
quinta-feira, 4 de março de 2010
Porque amo...
Sempre tive intolerância ao concreto. Ao real. Ao que se pode dizer concluído. Sou evolução. Sou uma confissão abstrata. Sou o que não se define. Uma daquelas invenções de poetas proibidos. E conseqüentemente nunca estou completa. Nunca estou satisfeita. Sou sempre pouco. Mas sou (relativamente) feliz. Porque amo. [...]
segunda-feira, 1 de março de 2010
Nem chorar, nem ri...
Hoje me bateu uma saudade tão forte que eu tive a necessidade que você soubesse. Não as dos dias anteriores e anteriores e anteriores... efeitos da paixão...
Hoje foi na dose exata. Nem chorar, nem rir. Só na dose exata. Meio incompreensível. Também não entendo, só sinto. E às vezes nem sinto, nem entendo... só ecoa em mim...
sábado, 27 de fevereiro de 2010
Meu eu de mim...
E aqui estou. Inebriada a esse vazio, que consome aos poucos a minha massa inexistente. Achei que se escrevesse, poderia fugir um pouco disso tudo, mas tropeço em mim a cada palavra escrita. Cada instante ao meu lado é um pequeno inferno, pois sempre sinto que estou num processo que está sempre em processo de sei lá o quê.
Eu, intoxicada de mim e por mim, sem ao menos entender a ameaça que sou por não ser ameaça. Carrego comigo máscaras transparentes que me enganam quando penso enganar alguém. É a minha armadura de vento, que diz me proteger só por fora. E por dentro? Como é que eu fico? Como, devoro cada pensamento que não me deixa existir. Mas eu nem sei se quero existir, pelo menos não em mim.
O meu (des)necessário...
Cada coisa que eu descubro. Que você não me conta. Penso logo: Mentiu! Mas é mentira minha. São essas coisas desnecessárias que eu nunca te conto. E que você nunca me conta. E o que me atraí nelas? É o simples fato de serem desnecessárias. Por isso preciso. Por isso preciso tanto. E exijo de mim uma (re)ação. Mas não vale se vier dor. Aí não faço. Não falo. Espero o próximo silêncio. E faço sinal para descer.
Respiração...
Respiro a ação da respiração. Que é levemente pesada. Ora pela boca. Ora pelo nariz. Ora pelos dois modos. E afeta tudo. Até mesmo o afeto que eu tenho por quem respira. Me incomodam os segundos que são precisos para voltar ao meu normal. Mas o meu normal é sempre o mesmo. Não há como se (re)voltar ao que era antes. Porque a ação de respirar é reação de quem está vivo. (Terceira lei de Newton). E quando não quer, respira mesmo assim? Respira de todo jeito. Até do jeito que inspira em mim. A palavra. Calada. A que se diz internamente. Enquanto o ar percorre os pulmões. E respira. Para fora da boca. Quase caí. Quase esqueço que é gasosa. E some. E volta. Eleva. (Eleva mesmo). E trás. Aí a respiração ofega. Mas não é nada libidinoso. É a ponta do desespero que se esconde atrás da máscara. Que é o próprio rosto.
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
É no vinho, que ando morrendo...
Suspeito que o vinho não é só vinho. É sozinho. Porque (trans)parece a solidão. A de um líquido embebido no co(r)po (pro)fundo da boca. Que é como a segunda taça. Orgânica. Orgástica. Que de vez em quando pensa. E por conseqüência morre. Morre na cor do vinho. Mas volta no cor-ação.
Em todo [meu] canto...
[Em baixo]
Sustento o evento que um dia veio parar em mim. E invento que é leve. “A insustentável leveza do ser.” Mas não elevo a dor. Nem minto. Nem alimento o bicho-amor.
[No meio]
Borboletas no estômago. Se esbarram nas cores transparentes. (E na comida mal mastigada.) E sobem. E descem. Ativando todo o sentido sensorial do que não se sente. Por fora.
[Em cima]
Onde pensa que se pensa. E não controla. Porque é contra o controle. E tudo fica irracional. A razão perde a vez. E regredi ao invés de progredir. Porque o amor é uma agressão.
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