sábado, 27 de fevereiro de 2010

Respiração...


Respiro a ação da respiração. Que é levemente pesada. Ora pela boca. Ora pelo nariz. Ora pelos dois modos. E afeta tudo. Até mesmo o afeto que eu tenho por quem respira. Me incomodam os segundos que são precisos para voltar ao meu normal. Mas o meu normal é sempre o mesmo. Não há como se (re)voltar ao que era antes. Porque a ação de respirar é reação de quem está vivo. (Terceira lei de Newton). E quando não quer, respira mesmo assim? Respira de todo jeito. Até do jeito que inspira em mim. A palavra. Calada. A que se diz internamente. Enquanto o ar percorre os pulmões. E respira. Para fora da boca. Quase caí. Quase esqueço que é gasosa. E some. E volta. Eleva. (Eleva mesmo). E trás. Aí a respiração ofega. Mas não é nada libidinoso. É a ponta do desespero que se esconde atrás da máscara. Que é o próprio rosto.

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